segunda-feira, 24 de maio de 2010

Perspectiva histórica da PNF

O que nós conhecemos hoje como PNF, começou como "facilitação proprioceptiva", um termo desenvolvido pelo DR. Herman Kabat no início da década de 40 do século passado. Em 1954, Dorothy Voss adicionou a palavra "neuromuscular" para formar a expressão Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (PNF), que hoje nos é familiar.

O conceito do Dr. Kabat para PNF surgiu de sua experiência como neurofisiologista e médico. Os trabalhos da irmã Elizabeth Kenney, uma enfermeira australiana que tratou pacientes com poliomielite utilizando atividades específicas de alongamento e fortalecimento, foi uma influência para o Dr. Kabat. O trabalho desenvolvido por Kenney foi visto como um avanço do tratamento normal oferecido na época, mas pecava pela falta de fundamentação neurofisiológica. O Dr. Kabat integrou as técnicas manuais da Irmã Kenney com as descobertas neurofisiológicas da inervação e inibição recíprocas, indução sucessiva, e do fenômeno da irradiação realizadas por Sherrington.

Seu objetivo era desenvolver um método de tratamento manual (hands-on) que permitisse aos clínicos analisar e avaliar os movimentos do paciente e que ao mesmo tempo facilitasse estratégias mais eficientes de movimentos funcionais. Por isso, é importante reconhecer que o PNF não é apenas um método de tratamento, mas sim uma ferramenta que permite ao mesmo tempo avaliação e tratamento de disfunções neuromusculares. Em meados de 1940, os conceitos emergentes do Dr. Kabat chamaram a atenção de Henry Kaiser, um rico industrial cujo filho sofria de esclerose múltipla. Juntos, em 1946, estabeleceram o Kaiser-Kabat Institute em Washington, EUA. Em 1948, outro Kaiser-Kabat Institute foi inaugurado em Vallejo, Califórnia, e um terceiro foi inaugurado em Santa Monica, Califórnia, em 1950. Em meados da década de 40, Dr. Kabat iniciou uma busca por um fisioterapeuta para trabalhar com ele, tratando os pacientes utilizando seus novos conceitos. Em Dezembro de 1945 Maggie Knott se tornou a primeira fisioterapeuta a ser empregada pelo Dr. Kabat. Maggie acompanhou o Dr. Kabat de Washington, para Vallejo em 1948.

Depois de se estabelecer em Vallejo em 1948, Maggie Knott começou a ensinar os padrões e técnicas de PNF a outros Fisioterapeutas. Neste mesmo ano, ela iniciou um programa de treinamento de pós-graduação que foi cursado por terapeutas de todo o mundo. Este mesmo programa de pós-graduação existe ainda hoje, 52 anos mais tarde, com uma equipe dedicada de fisioterapeutas staff em nosso programa de residência com duração de 3 a 6 meses. Os programas combinam treinamento didático e clínico que honram a herança do Dr. Kabat e Maggie Knott.

Em 1952, Dorothy Voss uniu-se a Dr. Kabat e Maggie Knott. Dorothy e Maggie foram as autoras do primeiro livro sobre PNF no início dos anos 60. Juntos, os três continuaram a desenvolver e refinar os conceitos fundamentais daquilo que conhecemos hoje como PNF. Desde suas origens, a PNF tem integrado com sucesso muitos dos conceitos de intervenções contemporâneas de neuroreabiliação. A filosofia e os princípios básicos da PNF, juntamente com os padrões específicos espiral e diagonal, formam a pedra angular da PNF. A PNF também inclui aprendizado motor e retenção funcional de atividades recém-aprendidas por meio da repetição de uma demanda específica; a utilização do desenvolvimento do comportamento motor que permite aos pacientes criar e recriar estratégias de movimentos funcionais eficientes e a análise biomecânica e comportamental do contyrole motor. Todas as atividades dentro das intervenções com PNF são orientada para um objectivo funcional e são relativas ao ambiente no qual o objetivo a ser alcançado está inserido.
 
Texto retirado do site : http://www.ipnfa.org/index.php?id=113

domingo, 16 de maio de 2010

APLICAÇÃO DA FISIOTERAPIA E RPG NA CONDROMALACIA PATELAR

A CONDROMALACIA PATELAR é uma patologia que consiste no desgaste da cartilagem da articulação patelofemoral por diversos motivos. O grande problema deste acometimento é pelo fato deste tecido cartilaginoso praticamente não regenerar, ou seja, uma vez lesado os condrócitos não realizam a mitose suficiente para repor a matriz proteoglicana e muito menos as células mortas. Este desgaste acontece em todos os indivíduos de forma lenta e gradual com o envelhecimento do corpo, porém em alguns, ocorre de forma muito rápida e intensa causando inflamação e consequente dor principalmente para subir e descer escadas, agachar e sentar.


A CONDROMALACIA PATELAR não tem uma etiologia bem definida mas sabe-se que está diretamente ligada a Síndrome fêmoropatelar (SFP). A SFP pode ser descrita por fatores que desequilibram a biomecânica desta articulação provocando patologias secundárias como a CONDROMALACIA PATELAR ou até mesmo subluxação e luxaçao patelar.


O aumento do ângulo Q é um deles, mais comum nas mulheres, classifica-se como principal causa postural. É definido pelo ângulo formado da Espinha Ilíaca Antero Superior (EIAS), centro da patela até a Tuberosidade Anterior da Tíbia (TAT). Simplificando quanto maior a largura do quadril, maior o ângulo Q. O quadril largo, altera o vetor resultante entre o quadríceps e a patela lateralmente aumentando a pressão patelar e contribuindo para a subluxação ou luxação patelar.


A retração dos músculos ísquiostibiais contribui também para a SFP. Eles tracionam o quadril em retroversão levando a EIAS para cima tracionando consequentemente o quadríceps, deste modo, a patela sobe e o ligamento patelar por reação traciona a patela para baixo. Assim, o vetor de força resultante pressiona a patela em direção a tróclea femoral aumentando o desgaste na articulação.


A fraqueza do músculo quadríceps contribui e muito para a SFP, especialmente a porção do vasto medial oblíquo (VMO). O VMO é a única porção do quadríceps que medializa a patela durante a extensão do joelho, todas as outras porções (Reto femoral, vasto lateral e vasto intermédio) lateralizam em diferentes proporções a patela, ou seja, este músculo é o principal estabilizador dinâmico da patela. A fraqueza deste exerce grande influência na SFP e consequente desgaste articular ocasionando a CONDROMALACIA PATELAR.


O melhor tratamento para a CONDROMALACIA PATELAR, na minha opinião, é a prevenção. Parece-me obvio, já que o desgaste articular uma vez presente não tem recuperação. Porém, esta patologia tratada no início tem prognósticos muito bons que pioram na medida em que o paciente demora a procurar tratamento especializado.


Mas como prevenir? Muito simples. A melhor maneira de prevenir é evitar o sedentarismo. Exercícios regulares de alongamento e fortalecimento muscular previnem não só a CONDROMALACIA PATELAR como também diversos outros agravos ao organismo. Porém, pessoas com os fatores descritos acima correm maior risco, e às vezes, mesmo não estando expostos ao sedentarismo, acabam por sentir dores nos joelhos e sujeitos a CONDROMALACIA PATELAR. Para estas pessoas sugere-se:


Procurar um médico ortopedista para diagnosticar a suspeita de CONDROMALACIA PATELAR. Diagnosticado o mesmo, irá receitar medicamentos antiinflamatórios e analgésicos e prescreverá fisioterapia. Em casos onde há associação com luxações recidivantes e grandes alterações posturais poderá ser feito uma cirurgia de realinhamento patelar.


A fisioterapia é muito importante para diminuir a ingestão de medicamento no que diz respeito à dor. No primeiro momento é aplicada a fisioterapia analgésica. Com o uso do TENS, ultra-som terapêutico e etc. A fisioterapia também contribui para a solução das "causas" do problema. Alonga a musculatura posterior dos membros inferiores, fortalece o músculo do quadríceps incluindo o VMO, mobiliza a articulação femoropatelar melhorando a nutrição e viscosidade do liquido sinovial. Estas técnicas diminuem a inflamação, a dor e a instabilidade patelar, visando a harmonia do movimento de flexo-extensão do joelho sem hipercompressão femoropatelar. Com o mesmo raciocínio o PILATES também alonga e fortalece os mesmos músculos e também pode ser realizado no tratamento e prevenção desta patologia.


O RPG Reeducação Postural Global corrige desequilíbrios posturais que possam causar ou agravar a CONDROMALACIA PATELAR através das posturas mantidas por períodos de tempo prolongado. Essas posturas alongam e fortalecem ao mesmo tempo uma determinada cadeia muscular de forma global. O RPG age de forma individual analisando os desequilíbrios posturais particulares de cada paciente que por ventura desfavoreça o equilíbrio de forças na articulação patelofemoral como, por exemplo, a retroversão pélvica, genovalgo, rotação interna da tíbia e etc. Deste modo, pode ser usada como um dos tratamentos para a SFP e também na CONDROMALACIA PATELAR.